segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O que você quer ser quando crescer?



Sempre tive muita dificuldade de entender porque optei em entrar para a Marinha, quando tinha apenas 14 anos- e lá ficar por uma década. Esses dias, achei um velho caderno de desenho, de quando tinha uns 7 ou 8 anos. Tinha uns caubóis x índios, alguns castelos, cenas urbanas, espadachins, entre outras visões típicas de menino. Aí me deparei com alguns desenhos de navios, sempre com um intrigante canhão, como neste aí reproduzido. Seria uma navio de guerra? Mesmo sem desvendar o mistério daquela primeira opção profissional, dava pistas de que a atração era, pelo menos, bem antiga. 

O fato é que basta a criança encorpar um pouquinho e lá vem a perguntinha chata. E raramente aa lista permanece a mesma, até a vida obrigar as escolhas serem feitas pra valer.

Hoje, milhões de adultos também estão em busca de uma boa resposta para a mesma pergunta. Estão de olho numa mudança de profissão, de emprego, de atividade, insatisfeitas com o caminho que seguiram até aqui.É uma pergunta que continua sendo difícil de responder, pois implica em autoconhecimento, num certo descondicionamento, numa abertura de cabeça para novas alternativas. E requer ainda alguma abstração e uma boa dose de coragem.

Para que você quer mais tempo, afinal?

Esta indagação é a minha maneira de começar a abordar esta questão, em workshops e palestras. Afinal, o tempo é uma ótima ferramenta para operar mudanças dessa natureza.

A boa notícia é que estamos, em princípio, aptos para esta “viagem”. Os seres humanos são as únicas criaturas que se preocupam com o que aconteceu antes de nascerem e especulam sobre o que acontecerá depois que se forem. “Ao homem é possível interligar o ontem ao amanhã. Pode compreender o instante atual como extensão de um passado e se torna apto a reformular suas intenções e a adotar certos critérios para futuros comportamentos” (Fayga Ostrower).

Por que não começar a desenhar um novo futuro para sua vida? Imaginar cenários, fazer indagações, explorar possibilidades. A criança permanece dentro de nós, ainda que soterrada por responsabilidades e dilemas que vão se acumulando. Será que não está na hora de redescobri-la?

Nenhum comentário:

Postar um comentário