domingo, 6 de julho de 2014

Você não é uma caixinha de música!

Mesmo os sistemas mais avançados de computação só podem ser programados pelo homem. De certa forma, eles não diferem muito de uma caixinha de música, daquelas que tem uma bailarina girando em cima, um exemplo bastante simples de uma programação que não pode ser modificada. Tanto a música que toca quanto o movimento feito pela bailarina estão condenados a se repetir eternamente.

Os bonecos que fazem parte do relógio instalado na torre da prefeitura de Munique dão o seu bonito espetáculo dia após dia, há séculos. Sempre com enorme capacidade de encantar as centenas de pessoas que têm a oportunidade de acompanhar - cabeças inclinadas para melhor olhar para cima - aquela gigantesca e complexa “caixinha de música”, que usa como “enredo” uma liça entre cavaleiros medievais.

Mas, felizmente, não somos uma caixinha de música, nem os protagonistas do mecanismo gigante de relojoaria da torre do City Hall de Munique. Ao contrário das máquinas, o nosso bio computador interno - pode programar e reprogramar nosso corpo e, principalmente, nosso cérebro.

É certo que somos suscetíveis à programação feita por outras pessoas, principalmente enquanto crianças ou adolescentes. Pais, professores e muitos acontecimentos relevantes imprimem “comandos” que, se permitirmos, nos acompanharão pelo resto da vida. Mas sabemos também que, ainda que de maneira às vezes trabalhosa e custosa, certas programações que não estão sendo mais úteis (de alguma forma foram, durante algum tempo ) podem ser trocadas por outras.

Monja Cohen é otimista quanto a este processo: “A gente se reprograma. Tem que ver como está programado, antes, como está funcionando. Tudo que acontece na nossa vida está nos mostrando um caminho. É preciso estarmos atentos e sentirmos o momento de fazermos as alterações, de agirmos de forma diferente”.

Somente um processo de reprogramação dinâmica, permanente, pode lidar com a velocidade de mudança do mundo atual, onde novos padrões poderão estar obsoletos com rapidez. E a variável tempo é a mais fácil e simples de ser acionada para que esta reprogramação se viabilize.

(Extraido do livro "Uma questão de Tempo", de Alvaro Esteves (Editora Objetiva)

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